Reis e Rainhas da Escócia

A história da monarquia escocesa tem quase 900 anos de história e começa, como não poderia ser menos, envolta num véu de lenda ...

Por isso, embora historicamente seja impossível constatá-lo, confiamos na tradição quando nos diz que Kenneth MacAlpin - descendente, segundo ele, do lendário Fergus Mór - foi o primeiro rei da Escócia no século IX. A verdade é que Kenneth ou Cináed unificou sob seu comando os territórios gaélicos da Escócia e fundou a Casa de Alpin, que governaria até meados do século XI.

O título de Rei dos pictos, que Kenneth detinha, logo seria substituído pelo de Rei de Alba ou da Escócia com seu sucessor Donald II, o Louco, e seus descendentes.

Com Duncan I, o Doente, em 1034, abre-se o reinado da Casa de Dunkeld ou Canmore. Você provavelmente o conhece como o rei mais velho da Macbeth de Shakespeare, embora a verdade é que eles têm pouco a ver um com o outro. O certo é que ele foi assassinado por Macbeth, o Rei Vermelho, que o sucederia em 1040.

Com Malcom III, cuja esposa e rainha consorte seria a famosa Santa Margarida da Escócia, começa o período escoto-normando da história escocesa. E com Alexandre III, o Glorioso, e sua neta, a donzela Margarida da Noruega - falecida em 1290, aos sete anos - a casa de Dunkeld termina.

Começa então um período turbulento conhecido como Primeiro Interregno, que levaria à desastrosa coroação de John Balliol e ao início da dominação inglesa da Escócia com Edward I Longshanks.

Em 1306, em meio à Guerra da Independência contra a Inglaterra, o maior Rei da Escócia e herói nacional foi coroado em Scone: Robert The Bruce ou Robert I. Ele inaugurou a breve Casa de Bruce e, o que é mais importante, venceu para Independência da Escócia do poder da Inglaterra após a grande vitória da Batalha de Bannockburn em 1314.

Em seguida, a Casa de Stuarts inicia sua jornada com Roberto II da Escócia, no final do século XIV. Poucas apresentações são necessárias para esta famosa dinastia de reis e rainhas, que tem entre suas fileiras nomes como o romântico James I, James II Ferocious Face, James V e sua filha, a amada Queen Mary Stuart ou Mary Queen of Scots.

María Estuardo foi uma personagem extraordinariamente polêmica, cujo reinado turbulento, cheio de intrigas e traições, terminaria com sua abdicação na pessoa de seu filho Jaime VI. Anos depois, em 1567, seria executada em Londres por ordem de sua prima Elizabeth I da Inglaterra que, embora nunca a conhecesse pessoalmente, sempre a considerou uma ameaça ao trono.

Dado que Elizabeth I da Inglaterra morreu sem descendência, de James VI Stuart -de 1603-, todos os reis da Escócia seriam também da Inglaterra e da Irlanda em uma união pessoal, não política ou territorial, de coroas.

Em meados do século XVII, a situação política britânica entrou em uma fase mais do que turbulenta e o próximo rei, Carlos I Stuart, seria executado em 1649 em um ato sem precedentes. Como consequência, o reino da Escócia seria abolido pelo governo Cromwell por oito anos.

Em 1660, restaurada a monarquia e a independência da Escócia, Carlos II Stuart e seus legítimos sucessores ocupariam o trono até aquela que é considerada a última rainha da Escócia e da Inglaterra e a primeira da Grã-Bretanha: Ana I Stuart. Ela também seria a última rainha da Casa de Stuart, já que a Casa de Hannover a sucederia.

Finalmente, em 1707, com as Leis da União, o título de Rei ou Rainha da Escócia desapareceria para sempre.

Vários pretendentes jacobitas, como o Velho Pretendente ou seu herdeiro, Bonnie Prince Charlie, tentariam levantar os clãs das Terras Altas para restaurar os Stuarts ao trono da Grã-Bretanha. Eles nunca alcançariam seu propósito e, após a triste derrota da Batalha de Culloden em 1746, os últimos Stuarts assumiriam seu destino com resignação até a morte sem descendência de Henrique I em 1807: com ele quase mil anos de história escocesa são fechado.